Saúde

O que explica o aumento no número de casos de câncer de intestino

O câncer de intestino, também chamado de colorretal ou do cólon e reto, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso (cólon), no reto (final do intestino) e no ânus.

Os sinais e sintomas mais comuns são: presença de sangue nas fezes, dor e cólica abdominal frequente com mais de 30 dias de duração, alteração no ritmo intestinal como diarreia ou constipação, emagrecimento rápido e não intencional, além de anemia, cansaço e fraqueza.

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o Brasil deve registrar 44 mil novos casos da doença por ano no próximo triênio, entre 2023 e 2025, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul. Desses casos, 23.660 devem ser diagnosticados entre mulheres e 21.970 entre homens.

De acordo com os dados mais recentes do Atlas da Mortalidade por Câncer, do Inca, em 2020, foram registradas 20.245 mortes por câncer no intestino no Brasil, sendo 9.889 homens e 10.356 mulheres.

Casos recentes de câncer de intestino entre famosos, como as cantoras Preta Gil e Simony, a o Rei Pelé, o ídolo do Vasco Roberto Dinamite aumentaram as buscas sobre a doença na internet.

Fator alimentação

O desenvolvimento do câncer de intestino tem forte impacto da alimentação. Dietas pobres em fibras e o excesso no consumo de alimentos ultraprocessados contribuem para o surgimento da doença.

Segundo o Inca, os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação não saudável.

Ou seja: baixo consumo de alimentos in natura e minimamente processados, como as frutas, verduras e legumes; alto consumo de alimentos ultraprocessados, de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana) também aumentam o risco para esse tipo de câncer.

“O principal vilão é o grupo dos alimentos ultraprocessados. Esses alimentos predispõem o sobrepeso e a obesidade, estando diretamente associados a um aumento do risco de câncer colorretal”, explica a médica endoscopista Crislei Casamali.

Além do alto índice calórico que promove o ganho de peso, as carnes processadas são submetidas a algumas técnicas para realçar seu sabor ou melhorar a preservação, que também podem favorecer o surgimento do câncer.

As substâncias presentes na fumaça do processo de defumação e os conservantes (como os nitritos e nitratos) também adicionados durante o processamento, juntamente com o sal, podem provocar o surgimento de câncer de intestino.

O cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca, afirma que a tendência com o desenvolvimento dos países é de que as pessoas consumam mais alimentos industrializados. Ele afirma que, há cinco anos, o Brasil apresentava 25 mil casos novos ao ano de câncer colorretal, e a expectativa para o próximo quinquênio é atingir 80 mil casos anuais. “De uma maneira mais simples: hoje, são 44 mil e aumentando. E vai subir bastante a incidência”.

“A fibra é como se fosse um varredor. Imagina uma ‘vassourinha’ que limpa o cólon, o intestino grosso. Quando você deixa de usar a vassourinha, o lixo vai se acumulando. Então, a falta de alimentos ricos em fibras faz com que aumente muito a incidência”, diz.

Outras coisas que favorecem o surgimento de câncer do intestino são tabagismo, sedentarismo e etilismo. Entre esses, Kesley destacou como fatores principais para o desenvolvimento do câncer colorretal a obesidade, falta de atividade física e os alimentos industrializados e pobres em fibras. “Esses são, realmente, o carro-chefe dos fatores de risco mais agressivos”.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/o-que-explica-o-aumento-no-numero-de-casos-de-cancer-de-intestino/

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